Saga do aspirador...

Se quer ser a mais recente vítima de um surto virulento altamente mutável, não desespere mais, a solução é simples!

Basta acumular dois anos de sujidade no saco original de um aspirador minúsculo e passado o tempo estipulado, localizar as instruções que o instruam a abrir o electrodoméstico, proceder à abertura do mesmo, retirar o saco, constatar que apesar de dizerem que não é reutilizável vale a pena tentar esvaziá-lo, pegar num saco de plástico e no saco do aspirador, abrir a janela e, finalmente, começar a despejar o conteúdo do saco do aspirador para dentro do saco de plástico.

Se seguir os procedimentos anteriores cuidadosamente, irá aperceber-se que a actividade não está a ser bem sucedida, e que metade do pó acumulado (ainda que solidificado pelos 24 meses de incubação no electrodoméstico) está a sair para fora do saco e a espalhar-se por toda a Grande Lisboa.

ATENÇÃO: Para evitar contaminar os seus co-cidadãos e infestar-se apenas e somente a si próprio, como deverá ser o intuíto inicial, testar a direcção do vento através do antigo método de chuchar no dedo indicador e espetá-lo no ar. Se o vento fluir para dentro da casa, proceder com o despejamento do saco.