domingo, 25 de maio de 2008

Como água para chocolate

É triste a pouca importância que damos ao cinema independente ou estrangeiro. Numa atitude achista, todos pensam que são filmes intelectuais ou demasiado complicados, quando por vezes não é o caso. Devo admitir, porém, que muitos são realmente, "do arco da velha"!

Vi "Como Água Para Chocolate" ontem à noite e gostei muito. No entanto, continua a ser desvalorizado. Procurando uma sinopse para inserir no blog, dei com isto:

"Segundo a tradição, e por ser a mais nova, Tita tem de ficar a tomar conta da mãe até ao dia da sua morte, não podendo casar com o homem que ama. Não aceitando esta situação, Tita lembra a Pedro que tem uma irmã mais velha e que se ela a desposar poderão ficar perto um do outro...Tita e Pedro são obrigados a esconder os seus sentimentos, mas a sua paixão surda grita mais alto que tudo... "

Quem realizou esta sinopse das duas uma: escreveu sobre algo que não conhecia (olha, achismo outra vez!) ou estava com muito sono quando viu o filme.
Não é Tita que lembra o Pedro para este se casar com a irmã mais velha...Esta afirmação tira logo metade da magia do filme...mas enfim...
Filmes de drama/romance que se baseam em elementos gastronómicos (como por exemplo, o filme "Chocolate") são-me sempre atraentes. Para além da comida ser uma própria personagem, dão cor e ritmo à película. É o caso de "Como Água para Chocolate", em que cada comida (se preparada com amor ou ódio) tem efeitos em quem a come. A história é baseada em mistiticismo (faz lembrar, por vezes, o Cem Anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez), mas é um deleite porque sempre inesperada. Existem muitas analepses, mas lá está, analepses inteligentes, pelo que é bastante compreensível. Fiquei um pouco apreensiva com o final mas, pensando bem, é original, e encaixa no misticismo todo característico do filme. Tudo neste filme é sensual.
Ah, sim! A sinopse esqueceu-se de referir que o filme se passa no México e que se baseia no livro "Como Água Para Chocolate" de Laura Esquível.

Agora tenho de ler a obra!


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